A Virgem Padroeira
Ela foi declarada padroeira da Málaga pelo Papa Pio IX em 12 de dezembro de 1867 e foi coroada em 8 de fevereiro de 1943. Além disso, ela é ainda a padroeira do estado do Piauí, São Luís do Maranhão, Vitória do Espírito Santo e da Arquidiocese de Vitória da Conquista na Bahia.
Nossa Senhora da Vitória é também a padroeira oficial do Clube de Regatas Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, que possui fortes conexões com a cultura portuguesa.
Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo
Em 1958 a então Diocese do Espírito Santo recebeu o título de Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo, título concedido pelo Papa Pio XII, e em seguida originou a criação das Dioceses de Cachoeiro de Itapemirim, São Mateus e anos depois a de Colatina.
A Cidade de Vitória
A Cidade de Vitória, devido aos constantes ataques indígenas sofridos na então sede da Capitania do Espírito Santo, atual município de Vila Velha, os portugueses que aqui estavam, decidiram que seria necessária a mudança da Capital, que havia sido construída pelo seu Donatário Vasco Fernandes Coutinho, para outro lugar. O local escolhido foi a Ilha de Santo Antônio, na Baía de Vitória.
A Vila Nova do Espírito Santo, como foi primeiramente chamada a Nova Capital, foi fundada em 8 de setembro de 1551. Posteriormente, a cidade teve seu nome alterado para Vitória, devido a uma grande batalha comandada pelo Donatário da Capitania, contra os Índios Goitacás, que aqui estavam antes dos portugueses chegarem.
Nossa Senhora da Vitória
Em 31 de março de 1967, o então prefeito de Vitória, Setembrino Pelissari, decretou como feriado religioso no município o dia 08 de setembro (Lei n° 1.732, de 1967), data em que se comemora o Dia de Nossa Senhora da Vitória. Uma Imagem de Nossa Senhora da Vitória, foi trazida pelos colonizadores portugueses para o Brasil, especialmente para a “Vila do Espírito Santo”, e aqui se tornou a Padroeira da Capital Capixaba. A Senhora da Vitória, além de ter se tornado a padroeira da Cidade de Vitória, também é do Estado do Piauí, de São Luís (MA) e Vitória da Conquista (BA).
A Bahia de Todos os Santos já era conhecida desde a primeira Expedição Exploradora de 1501, enviada pelo Rei de Portugal para fazer um reconhecimento do território recém – descoberto.
Muito antes da vinda dos primeiros donatários, existia ali uma verdadeira colônia de portugueses que viviam em perfeita harmonia com os índios, sob a direção de Diogo Alvares, o Caramurú. Até uma igrejinha de Nossa Senhora da Graça, havia sido erguida sob o patrocínio de Catarina Alvares, a esposa do pioneiro.
No Brasil
Pouco depois, chegou àquelas paragens do Novo Mundo o donatário Francisco Pereira Coutinho, a quem o Rei havia doado as terras, para que as povoasse e desenvolvesse. Entretanto, apesar de no início ter ele conseguido uma paz relativa com os indígenas, os abusos e provocações dos colonos irritaram os selvagens e as lutas recomeçaram, sem que o próprio Diogo Alvares fosse capaz de evitá-las.
Em um destes combates, os portugueses foram assediados por numeroso exército de silvícolas, que tentavam expulsá-los de suas terras. Os lusitanos, desesperados, recorreram a Virgem Maria e, após uma renhida batalha, conseguiram derrotar os inimigos. Em agradecimento à proteção da Mãe de Deus, deram-lhe o título de Senhora da Vitória e construíram um templo em sua homenagem, que foi a primeira paróquia e Igreja matriz da Bahia.
Quando Tomé de Sousa, o primeiro governador-geral, veio para o Brasil em 1549 e fundou a cidade de Salvador, já encontrou a capela da Vitória e a conservou em memória dos primitivos tempos da colonização. Esta Igreja, reconstruída várias vezes, conserva atualmente a fachada da reforma levada a efeito com o auxilio dado pelo Príncipe Regente Dom João, quando ali esteve em 1808, e obedece a desenho neoclássico.
A invocação de Nossa Senhora da Vitória já existia em Portugal desde o tempo de Dom João I, quando este rei, grato à Virgem Maria pela vitória alcançada em Aljubarrota contra os castelhanos, mandara construir um Mosteiro e um Santuário, talvez o mais velho em estilo gótico português, que recebeu o nome de Santa Maria da Vitória, que é sem dúvida uma das obras primas da arquitetura religiosa lusitana.
Em 1571, a esquadra cristã conseguiu o estrondoso triunfo contra os turcos na batalha naval de Lepanto, afastando definitivamente do continente europeu o perigo muçulmano, que o ameaçara durante vários séculos. O Papa Pio V então, em sinal de gratidão, deu à Virgem Maria o título de Nossa Senhora da Vitória. Naquela ocasião, o desconhecido Brasil, talvez devido à herança da fé portuguesa, já possuía dois Santuários dedicados a esta devoção: o de Salvador e o da capital do Espírito Santo. A vila de Nossa Senhora da Vitória foi fundada em 1551 pelo donatário Vasco Fernandes Coutinho, em reconhecimento à proteção de Maria Santíssima num combate contra os Índios Goitacazes.
A efígie da primitiva Igreja de Salvador, contrastando com a do Espírito Santo, é muito antiga e consta que fora enviada pelo rei Dom Manuel. Estudiosos do assunto, contudo, acham mais provável que ela tenha sido presente de Dom João III, que a entregou a Tomé de Sousa para que ele a trouxesse em sua companhia e lhe dedicasse a primeira paróquia do Brasil. Ela está atualmente na sacristia da Matriz, porém a tradicional palma de prata sobredourada e ornamentada de pedras verdes e vermelhas, que lhe foi oferecida após a vitória contra os índios, está guardada para evitar ser a presa de ladrões, que atualmente andam à procura de tesouros das Igrejas. A santa que figura sobre o altar-mor é de estilo barroco, datado do século XVII ou XVIII.
Em São Luiz do Maranhão, na luta contra os holandeses em 1662, Ela apareceu no outeiro da Cruz, transformando em pólvora a areia branca da estrada, o que permitiu a vitória dos brasileiros contra os flamengos, que fugiram espavoridos.
Outra lenda interessante é a da Igreja de Ilhéus, edificada por volta de 1530, quando a luta entre colonos e indígenas estava mais acirrada. Conta-se que numa das batalhas contra os Aimorés uma linda senhora branca, montada em garboso cavalo, ia à frente dos colonizadores assustando os selvagens, que foram vencidos. A fim de celebrar este acontecimento, a capela, que estava sendo construída com auxílio das mulheres, foi dedicada a Nossa Senhora da Vitória.
Oração a Nossa Senhora da Vitória
Nossa Senhora da Vitória, se teu nome nos lembra a guerra, a discórdia e a desunião, tua vida nos recorda a esperança e a paz! Nossa Senhora da Vitória, teu nome é doce. Teu nome é suave. Ele nos traz forças. Ele nos reforça a fé. Nossa Senhora da Vitória, em nosso mundo há tantas lutas. Os homens lutam por ideias, por bens e por fama, por ganância, por ódio, ambição. Os homens lutam sem saber porque lutam. Mas, tu, Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, tu que viveste o silêncio de Nazaré, tu que viveste a incerteza de Belém.
Tu que viveste a angústia do desterro no Egito, tu que buscastes Teu Filho entre os mestres no Templo, tu que permaneceste de pé unto à cruz de teu Filho, tu que, no cenáculo, aguardaste a vinda do Espírito Santo, ensina-nos a trabalhar pelo bem sobre a guerra, ensina-nos a não retribuir a violência ou a traição.
Ensinai-nos, enfim, Virgem Maria, a perdoar e perdoar sempre. Santa Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, Senhora da Vitória, roga a Deus por nós. Amém!